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COMO ENCONTRAR A “ALEGRIA DE VIVER”?

De algum modo, cada um de nós tem dentro de si o desejo natural de ser alegre. Ninguém é emburrado, ou fica de cara feia o tempo todo porque gosta, ou para causar algum impacto nos outros. Muito pelo contrário, se fosse uma questão apenas de escolha, traríamos SEMPRE um sorriso no rosto, um semblante prazenteiro e um olhar acolhedor.

No entanto, independentemente de questões materiais, condição social ou trajetória de vida, o fato é que para alguns de nós ser alegre parece algo mais fácil do que para outros, não é verdade? Todos nós conhecemos alguém que vivenciou verdadeiras tragédias e nos transmite paz por meio de sua presença e otimismo. Mas também conhecemos pessoas que tem TUDO do bom e do melhor e estão sempre cabisbaixas e com o semblante pesado.

Afinal, por que isso acontece? Comecemos por entender o que é alegria.

O que é a alegria?

Se consultarmos a definição do dicionário, veremos que a alegria é um prazer moral, um júbilo ou contentamento. Ou seja, a alegria é o fruto que colhemos quando temos a capacidade de agir virtuosamente, é o produto da ação e não exatamente o fim a ser almejado por si mesmo. Nesse mesmo sentido aponta Rafael Llano Cifuentes que, seguindo Aristóteles e São Tomás de Aquino, compreende a alegria como o resultado de uma vivência e não como uma simples Virtude a ser conquistada. Isso significa também dizer que, se concentrarmos nossos esforços em agarrar a alegria, muito provavelmente ela nos escapará por entre os dedos das mãos, mas se buscarmos agir justa e amorosamente ganharemos a alegria por recompensa.

Quando encarada desse modo, a alegria passa a funcionar como um “teste de qualidade” da personalidade humana, um verdadeiro critério de classificação dos homens: há homens que vivem a alegria permanente, pois seu contentamento advém do fato de terem enxergado o sentido das suas vidas; há também homens que vivem as tristezas permanentes, pois não veem propósito na sua existência, tornando-se deprimidos; e há ainda os homens que se deixam levar pela inconstância dos humores, vivendo de alegrias passageiras que animam primeiro para depois decepcionar.

Apesar dessa tipificação feita por Cifuentes, o autor esclarece que todos os homens têm a mesma “sede de felicidade”, pois a vontade de ser alegre é um dom que nos foi concedido pelo próprio Deus no ato da Criação. O que difere, portanto, de caso para caso é onde se busca matar a sede, ou seja, qual a fonte da alegria. E aqui, o ensinamento é claro: só é verdadeiramente alegre aquele que encontra Deus como fonte de sua alegria. Por outro lado, onde não há fé, não há alegria genuína.

A alegria do cristão

A alegria do cristão, em primeiro lugar, advém do fato de ser FILHO DE DEUS. Afinal, quando trazemos à memória que somos filhos de um Pai que nos ama tanto que chegou a dar-se em sacrifício para remir nossos pecados e, assim, possibilitar que nos unamos a Ele na eternidade, não nos sentimos imediatamente mais alegres?

A verdade é que nos esquecemos de nossa filiação divina com mais frequência do que gostaríamos de admitir e temos dificuldade de encontrar em cada pequeno acontecimento de nosso dia a dia um sinal do Amor de Deus. Clamamos por grandes efusões do Espírito, pela realização de grandes obras, mas não buscamos nos apaixonar pelo simples, pelo pequeno, não temos aquilo que Cifuentes chama de “olhar garimpeiro”, ou seja, o olhar que sabe descobrir nos grandes e rudes blocos de minério o brilho oculto dos diamantes.

O cristão deve ser aquele que sabe buscar e encontrar Deus em tudo e, sobretudo, em si mesmo. Nisso reside sua constante alegria: amar e saber-se infinitamente amado.

Como encontrar a Alegria na prática

Seja positivo, fuja da tristeza.

    O mundo está caótico! Essa é uma verdade inescapável, e quando paramos para ouvir as notícias somos como que tragados para um poço de desânimo e apreensão. Nossa atitude positiva não deve, portanto, estar condicionada aos acontecimentos deste mundo, devemos, pelo contrário, manter nossos olhos e ouvidos focados em servir e alcançar o céu.

    Isso não significa estar indiferente aos acontecimentos, trata-se apenas de não alimentar ou ruminar sentimentos negativos, de vigiarmos para não nos tornarmos pessoas amargas.

    Parece maluquice, mas, muitas vezes, fugir da tristeza nos parece antinatural. Romantizar o desânimo e o pessimismo é um mal de nosso tempo e uma armadilha ardilosa do inimigo. Não nos deixemos, pois, enganar e vencer!

    Não despreze sua circunstância, mas ame sua cruz.

    Se esperarmos pelo primeiro milhão, pelo corpo dos sonhos, pela família perfeita, por uma paróquia santa, pela maestria em nossa área de atuação profissional, pelo chefe dos sonhos, etc, para nos alegrarmos, passaremos por essa vida sem sorrir.

    Esforcemo-nos, pois, para agradecer pela nossa circunstância, por pior que ela possa parecer. Não nos esqueçamos que, como disse São Josémaria Escrivá, nossa alegria tem raízes em formato de cruz. E, se o sofrimento nos parece demasiado é porque não estamos dando-lhe o sentido correto. É preciso utilizar a dor como um catalisador da personalidade e a fé como um fortificante, que nos faz enfrentar com serenidade os mais duros desafios. A dor, se bem aproveitada, nos conduz ao Amor e o Amor dá sentido a tudo.

    Tenha presença de espírito

    “A arte de ser amável – soft – está muito ligada à arte de ser alegre.” Portanto, sobretudo em nossos lares, esforcemo-nos para ser leves, prazenteiros, dispostos a ceder, a perdoar primeiro. Não sejamos indiferentes aos apelos de nosso cônjuge e filhos, pelo contrário, inventemos carinhos, mimos, pequenas surpresas. O que nos custa aprender uma anedota, colocar uma música alegre, fazer um prato especial ou quebrar rotina? Praticamente nada, mas alegria de arrancar um sorriso de um rosto enfadado é incomparável.

    Tenhamos presença de espírito, ou seja, deixemos que o Espírito Santo aja em nós e nos ensine a erigir um lar alegre e pacífico como o da Família de Nazaré.

    Encare o trabalho como a forja da sua personalidade

    O trabalho é, por excelência, o lugar da ação e é pela ação que nos tornamos quem devemos ser. Devemos exercitar a capacidade de deixar nossa marca pessoal na mais simples das tarefas.

    Se nosso trabalho nos parece sem graça ou sem importância, usemos da criatividade para dar-lhe sentido e torná-lo útil tanto para nosso desenvolvimento pessoal, quanto da sociedade. Limpar a casa, fazer comida, lavar a roupa, preencher formulários, preparar aulas, atender aos enfermos, vender produtos, transportar pessoas, fazer reuniões…todo trabalho é oportunidade de encontro consigo, com Deus e com outros seres

     O homem é o único animal capaz de alegrar-se por cooperar com a criação divina e essa participação se dá também pelo trabalho. Ser útil e usar da criatividade nos alegra. Mãos à obra!

    Doe-se

    O egoísmo é o maior inimigo da alegria. Quando nos sentimos muito desanimados, com certeza estamos dando atenção e importância demais a nós mesmos, pouca a Deus, e ao próximo. Sair de si é, pois, o melhor remédio para a tristeza. Façamos o exercício de “adentrar no universo” de nossos filhos, cônjuges e demais familiares. Demos a cada um aquilo que está precisando naquele momento: um abraço apertado, um carinho prolongado, um ouvido atento, um café bem forte, um passeio ao ar livre, uma brincadeira nova, um olhar apaixonado, um belo sorriso…Enfim, doemos “nosso tempo”, deixemos um pouco de lado “nossas coisas”, e a alegria virá.

    Procure a Deus

    Se a única e verdadeira alegria vem do alto, temos de elevar-nos a ela por meio da oração. Procuremos ter intimidade com Deus, entregar a Ele nossas misérias, queixas e lamúrias, pedindo para que dissipe todo mau sentimento e que nos cure de nossas doenças espirituais. Basta que nos coloquemos diante dele com coração aberto, pois Deus sabe melhor do que nós o que nos cabe e nos fez para a alegria. Logo, se pedirmos esse dom ao Único que pode concedê-lo, Ele não nos negará.

    Esforce-se para mudar

    Todo novo hábito requer prática, não seria diferente com a conduta virtuosa que nos levará à conquista da alegria. Se, para nós, começar a agradecer ao invés de reclamar, a ajudar ao invés de pedir ajuda, a perdoar ao invés de acusar, a elogiar ao invés de criticar parece impossível, encaremos o desafio como quem dá início a uma nova atividade física. Sejamos pacientes, mas esforçados para mudar nossa atitude mental. É preciso lutar para implantar em nós mesmo o hábito do bom humor, traçar metas claras e objetivas e examinar nossos avanços e retrocessos diariamente.

    Encare a alegria como missão

    Se não somos capazes de buscar a alegria de viver por nós mesmos, façamos por amor a Deus. Encaremos essa atitude positiva como parte de nosso testemunho de cristãos e, portanto, como parte de nossa missão evangelizadora. A alegria atrai a todos e, por isso, deve ser a isca dos pescadores de homens. Levemos o compromisso de sorrir a sério e estaremos mais próximos do céu.

    Texto de apoio: CIFUENTES, Rafael Llano. A Alegria de Viver. São Paulo: Quadrante, 2019.

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